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Santuário Nacional de Aparecida e Sul de Minas Gerais - A primeira jornada.

Se você leu o primeiro post do blog "Do interior de São Paulo à Serra do Rio do Rastro à bordo de um Fiat Coupe 1995", já deve estar familiarizado com a minha vontade de viajar o máximo possível com o carro que foi meu sonho de infância, de adolescência e de uma boa parte da vida adulta. Aliás, devo ainda um post sobre a minha história com o Fiat Coupe, mas isso fica para outra hora.


A questão é que a jornada até a Serra do Rio do Rastro, apesar de ter sido a primeira grande viagem do Coupe, não foi o primeiro teste de resistência. Isso porque, em meados de outubro de 2020, eu resolvi acordar um dia e simplesmente não ir trabalhar, mas pegar a estrada sem rumo. Acho que todo mundo já acordou com uma vontade imensa de sair por aí sem rumo, a diferença é que ao invés de retomar a rotina normal depois desse pensamento, eu resolvi sair.


Na dúvida, enche o tanque e vai.

A dúvida era: para onde ir?


Bom, desde pequeno meus pais me levavam anualmente ao Santuário Nacional de Aparecida, um templo católico situado na cidade de Aparecida-SP (bastante óbvio). Essa tradição familiar se manteve mesmo após a vida adulta, casamento, filha. Então pensei que seria interessante ir até lá sozinho pra ver como o carro se comportaria em uma viagem de pouco mais de 800 quilômetros em um dia.



As belezas da Dom Pedro.


O caminho de São Carlos a Aparecida não tem muita emoção ao menos até chegar em Campinas. Até lá, o trajeto envolve sair pela SP-310 (Rodovia Washington Luis) e, em Limeira, pegar a SP-330 (Via Anhnanguera).


Rodovia Dom Pedro I - Foto: Internet

A partir de Campinas, quando se pega a Rodovia Dom Pedro I (SP-65) rumo ao Vale do Paraíba, o cenário muda radicalmente. Para mim, a Dom Pedro é a rodovia "principal" (como eu chamaria as rodovias mais importantes do Estado de São Paulo, duplicadas, excluindo-se as vicinais e estradas de serra) mais bonita do estado. A paisagem é exuberante por quase todo o trajeto, incluindo uma belíssima ponte sobre a represa do Rio Jaguari-Igaratá.


Já vi a Dom Pedro aparecendo em muitas listas das estradas mais bonitas do estado, um destino obrigatório para quem é apaixonado por dirigir. Eu até concordo em parte, mas particularmente prefiro a simplicidade das vicinais ou o encanto das estradas de serra.


Rodovia Carvalho Pinto - SP-70

Passado o belo trecho da Dom Pedro, pode-se escolher entre dois caminhos para chegar a Aparecida: o que eu considero melhor e mais tranquilo, através da Rodovia Carvalho Pinto (SP-70) até Taubaté, rodando alguns quilômetros a mais para somente após pegar a Rodovia Presidente Dutra (BR-116 - olha ela aqui de novo), ou direto pela Dutra. Pela Carvalho Pinto o trânsito é mais leve e a estrada é mais segura, evitando-se, ao menos temporariamente, o conhecido caos da Dutra.



Santuário Nacional de Aparecida.


Independente de religião, o Santuário Nacional de Aparecida é um monumento bastante impressionante e que deveria ser visitado ao menos uma vez na vida. Atrás apenas da Basílica de São Pedro, no Vaticano, o Santuário de Aparecida é a segunda maior igreja católica do mundo e a maior catedral católica do planeta, tendo em vista que o templo no Vaticano não é considerado uma catedral.


O Santuário Nacional de Aparecida é a maior catedral católica do mundo.

A visita a Aparecida foi bastante gratificante, ainda mais por ter sido efetuada em uma quinta-feira ensolarada e com pouquíssimos visitantes. Se for visitar a Basílica, tente ir durante a semana para aproveitar melhor.


Saindo do Santuário, a dúvida era voltar pelo caminho mais rápido, ou seja, o mesmo da ida, ou aproveitar para cruzar a fronteira com Minas Gerais e aumentar ainda mais as experiências com o Coupe. Claro que a segunda foi a opção escolhida.



A estrada mais bonita em que já dirigi: BR-459 e a Serra da Mantiqueira.


Para ser sincero, voltar pelo Sul de Minas não seria uma aventura inédita na minha vida. Por dois anos fiz faculdade na Universidade Federal de Itajubá, então o caminho entre a cidade mineira e São Carlos fez parte da minha rotina por um bom tempo.


Trecho da BR-459 entre Lorena-SP e Piquete-MG

Contudo, o trecho entre Lorena-SP e Itajubá-MG pela BR-459 foi uma grata surpresa. Todo o trajeto é feito por uma belíssima estrada que corta a Serra da Mantiqueira e que eu diria ser a mais bonita pela qual já dirigi, mais bonita até que a Serra do Rio do Rastro, embora menos impressionante. Com curvas desafiadoras e uma paisagem de cair o queixo, a estrada entrou com louvor no meu rol de destinos obrigatórios para qualquer apaixonado por carros.


A BR-459 liga a cidade de Lorena-SP, onde iniciei o percurso, até Poços de Caldas-MG. No total são 271 km que atravessam a Serra da Mantiqueira adentrando o sul do Estado de Minas Gerais.


O trecho mais bonito da estrada, na minha opinião, são os primeiros 21 km que se situam entre Lorena e Piquete, já no estado de Minas Gerais. A vista é simplesmente incrível, as curvas são desafiadoras e, talvez por sorte, peguei a estrada em um dia ensolarado e sem qualquer movimento.


Mirante no alto da Serra da Mantiqueira

No alto da serra, como de costume, existe um mirante onde é possível contemplar toda a beleza da Mata Atlântica e da Serra da Mantiqueira. Pela estrada prossegui até Itajubá-MG, onde fiz uma visita à minha antiga Universidade e de lá para Pouso Alegre, onde me despedi da BR-459.



O Menino da Porteira e a volta para casa.


"O Menino da Porteira" é uma canção brasileira gravada pela primeira vez em 1955 pela dupla Luizinho e Limeira que se tornou um verdadeiro hino da música sertaneja. A canção narra a trágica história de um menino que é fatalmente atacado por um boi sob o ponto de vista de um boiadeiro. A canção também popularizou a cidade de Ouro Fino-MG, onde se passa a história e, como não poderia deixar de ser, existe um monumento em sua homenagem.


"O Menino da Porteira", Ouro Fino-MG

Como já deve ter dado para perceber, um dos meus hobbies é fotografar o Coupe em frente a belas paisagens e icônicos monumentos. Assim, era natural que em eu pegasse a Rodovia João Tavares Corrêa Beraldo (MG-290) sentido Jacutinga para tentar tirar uma foto em frente ao Menino da Porteira.


A rodovia, que possui apenas 96 km de extensão, liga Pouso Alegre a Jacutinga, já na divisa com o estado de São Paulo. Esta, infelizmente, eu tenho que desaconselhar, já que o asfalto está completamente deteriorado e, apesar das belas curvas características das estradas do Sul de Minas, o tráfego intenso de caminhões torna o passeio bastante exaustivo. Portanto, apenas encare a MG-290 caso queira muito ver o Menino da Porteira.


Passada a divisa entre os estados de Minas Gerais e São Paulo, a estrada milagrosamente volta a ser boa. É até inacreditável, pois antes da placa de divisa de estados, ainda na MG-290, o asfalto é péssimo e a rodovia inteiramente esburacada. Passando a divisa, exatamente quando se torna SP-352, o cenário muda completamente e aí é uma tranquilidade até a chegada em São Carlos. No trajeto de volta ainda pega-se a SP-147 (de Itapira até Mogi Mirim), a SP-191 (de Mogi Mirim até Araras) e, finalmente, a SP-310 de volta para casa.



RESUMO DA VIAGEM.


Total de quilômetros rodados: 807 km

Consumo médio: 11 km/L

Preço médio da gasolina (out/2020): R$ 4,20

Pedágios (out/2020): R$ 113,80

Qualidade das estradas (out2020): Boa em todo o estado de SP e na BR-459. Ruim nas rodovias estaduais mineiras.

Rede de postos nas estradas: Ruim

Principais destaques: Rodovia Dom Pedro I (SP-65), Santuário Nacional de Aparecida e Serra da Mantiqueira (BR-459) .

 
 
 

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